O Crédito Imobiliário tende a frear em 2022 após crescer 46% no País e alcançando 255 bilhões de reais em 2021. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No entanto, diante do aumento da taxa básica de juros (Selic), os bancos e as instituições de financiamento ao segmento estão dando como certa a desaceleração do crédito nesse ano.
O aumento dos juros elevou as taxas que as organizações financeiras cobram dos clientes, o que inclui um aumento nos novos projetos. Dessa forma, a inflação também deve diminuir a propensão dos consumidores a comprar imóveis em 2022.
Contudo, o aumento em 2021 foi impulsionado por meio dos financiamentos de recursos de poupança, que representa um aumento de 66% em relação a 2020. O financiamento por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caiu 3%.
O recorde deverá ser atualizado em 2022, no entanto, não há placar elástico. Além disso, a Abecip espera que o financiamento eleve 2%, com um declínio de 5% nas concessões por meio da poupança.
O presidente da entidade, José Ramos Rocha Neto, disse: “Temos um ano de desafios: o PIB vai desacelerar, o desemprego pode ter um pouco de aumento, temos a inflação ainda sustentada e níveis de confiança com tendência de redução.” Nos bancos, a percepção é similar.
“Não há dúvida (vai desacelerar), e o corte de juros se deve principalmente ao aumento das taxas”, disse Milton Maluhy, presidente do Itaú Unibanco, em entrevista no início deste mês.
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Preocupa segmento o aumento nos juros
A principal preocupação dos empresários do Crédito Imobiliário tem a ver com o aumento da taxa de empréstimos na área. Nos dias de hoje, é cerca de 9% a 10% ao ano. Além disso, no início de 2021, o número se aproximava de 7% ao ano.
O aumento se traduz em parcelas mais caras para os mutuários e na diminuição de seu poder de compra. O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci disse há duas semanas, “O aumento na taxa de juros preocupa”.
Para ele, no entanto, a taxa continua “atrativa” o suficiente para manter a liquidez do setor: depois de recordes de baixa em 2021, está de volta à média histórica em que os mercados normalmente trabalham.
José Ramos Rocha Neto, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), afirma: “Já tivemos taxas de crédito imobiliário com dois dígitos, e nem, por isso perdemos a pujança nos volumes de financiamento”.
No entanto, na avaliação dos bancos, uma das coisas que podem impedir a alta dos juros para os mutuários é a “trava” do rendimento da poupança. Do mesmo modo, quando a Selic supera 8,5% ao ano, a remuneração fica em 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).
Pois, com a Selic em 10,75% ao ano, ainda que os juros básicos da economia voltem a subir. Como o mercado prevê, a alta do custo de financiamento para os bancos está dada. De acordo com Rocha Neto, o acréscimo dos juros vai ter impactos diversos no financiamento à aquisição e no à construção.
Então! No primeiro caso, o cliente pode concluir que a compra está valendo a pena mesmo com parcelas maiores, principalmente depois do recente reajuste do preço do aluguel. Em projetos de desenvolvimento, no entanto, o impacto dos aumentos de taxas é mais difícil de compensar.
“As taxas (para pessoas jurídicas e físicas) sobem na mesma proporção, no entanto, a pessoa jurídica é responsável por meio da conta do payback (retorno) do projeto”, disse.
De acordo com Rocha Neto, este efeito ocorre não só no empréstimo. Mas também no financiamento do setor por meio do mercado de capitais: quanto maior a taxa de juros, mais os investidores buscam maiores retornos e estão dispostos a pagar menos cotas de fundos imobiliários ou letras imobiliárias. Por exemplo.
Sobre a taxa Selic
A taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira. No entanto, as mudanças na Selic afetam todas as taxas de juros praticadas no país. Seja a taxa cobrada por meio dos bancos quando fazem empréstimos ou a taxa cobrada por meio dos investidores quando fazem aplicações financeiras.
*Fontes do site: (epocanegocios.globo.com).
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